sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CABERNET SAUVIGNON

Uva tinta mais popular, a Cabernet Sauvignon é clássica, elegante e versátil


A Cabernet Sauvignon possui cachos muito característicos, não são muito pequenos e em geral formam uma letra T, sendo alongados e parecendo compactos:
 "Os grãos, sim, podem ser menores, com a casca escura e grossa, que a faz mais resistente às doenças", explica o agrônomo Eduardo Meggiolaro, da Seival Estate, na Campanha Gaúcha.

VENHA CHUVA OU FAÇA FRIO

Como é uma planta de ciclo longo, a Cabernet é uma das últimas a sair do vinhedo (com exceção da Carménère, que é ainda mais tardia), por isso sua resistência e vigor são essenciais para suportar os verões chuvosos e alguns outonos que chegam particularmente frios, e tudo isso fica mais fácil se ela estiver em um solo bastante permeável.


No Brasil, ela se dá bem tanto em lugares altos e frios como na Serra Catarinense, quanto em locais mais quentes e secos como a Campanha Gaúcha, mas a colheita na primeira região pode ser no mês de abril e até em maio, enquanto no sul acontece em março, geralmente.

Na Europa, principalmente na França, onde a Cabernet é a estrela dos cortes da maioria dos grandes vinhos de Bordeaux (entre eles o Château Margaux e o Latite-Rotschild), ela amadurece em outubro e novembro e precisa resistir algumas vezes às geadas da região.

Já nos Estados Unidos, onde fez sua fama em grandes produtos como o Stag's Leap - o primeiro vinho das Américas a ser reconhecido como tendo a mesma qualidade de um dos grandes franceses em 1973 - ou na Robert Mondavi, a colheita pode ser um pouco mais cedo, devido ao calor maior da Califórnia

MADURA E MADEIRA

Mesmo sendo resistente, a Cabernet Sauvignon precisa ser tratada com cuidado, pois, quando colhida antes do tempo, deixa nos vinhos aroma e sabor característicos de pimentão verde. E isso ocorre principalmente quando ela é utilizada em vinhos rosés ou espumantes, sendo colhida pouco antes da maturação ideal para reter maior acidez.

No ponto certo, essa uva é capaz de proezas, por ter sabor e aromas firmes, entregar aos vinhos estrutura e complexidade e ainda por cima ser capaz de suportar (e evoluir) longos períodos em carvalho, pois aprecia o amadurecimento lento. Daí que seus vinhos raramente são produtos para consumo rápido.

Quando finalmente a garrafa é aberta, pode-se esperar por aromas como os de algumas frutas negras que, felizmente, têm ficado mais comuns no Brasil, facilitando guardar seus aromas em nossa memória olfativa. São eles: cerejas negras frescas, cassis e framboesa, por exemplo. Também podem aparecer o tabaco (em geral resultante do tempo na barrica) e algum aroma de pimentão, mas desta vez não o verde.

Os Cabernet Sauvignon bem feitos são vinhos de grande estrutura, que podem ser mais densos e pesados, ou aristocráticos até, com taninos que gostam da passagem do tempo e acidez que lhes dão muitas possibilidades de combinação com alimentos com os quais divide a força, como massas com molho de tomate e carnes mais gordurosas.

Pelo mundo, a Cabernet Sauvignon encontrou alguns terroirs que gostam de sua mistura com outras uvas, como na Itália com a Sangiovese, na França com os elegantes cortes de Bordeaux e na Espanha combinada com a uva local, a Tempranillo. Mas sua grande popularidade deve-se mesmo aos varietais de enorme qualidade vindos dos Estados Unidos, Chile, Argentina e Austrália.

Uma taça de um bom Cabernet Sauvignon é, certamente, um momento de encontro com a mais importante e tradicional uva tinta do mundo.


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